A vida congelante de Kiun B em Yakutsk: desafios e sobrevivência na cidade mais fria do mundo
Já pensou em viver em um lugar onde as temperaturas chegam a assustadores -64,4ºC no inverno? Pois é, essa é a realidade da jovem Kiun B, moradora de Yakutsk, na Sibéria Oriental. Em meio a um clima extremo, Kiun compartilha nas redes sociais as dificuldades e curiosidades de viver em uma das cidades mais frias do planeta. Prepare-se para conhecer essa jornada de sobrevivência e superação!
O frio que nunca acaba
Em Yakutsk, o inverno é rigoroso e praticamente eterno. As temperaturas despencam para níveis inimagináveis, enquanto no verão a cidade “descongela” um pouco, com médias diárias em torno de 20ºC. Kiun revela que a cidade fica mergulhada em uma espessa neblina durante a maior parte do ano, deixando tudo com um ar sombrio, quase como se fosse um cenário de filme de ficção científica.
A vida em Yakutsk não para por conta do frio extremo. Mesmo com as temperaturas congelantes, os moradores continuam suas rotinas diárias. Kiun conta que as queimaduras de frio nos dedos são tão comuns quanto um resfriado. “Ainda saímos, vamos para a escola e trabalhamos”, relata. A jovem explica que, ao sentir os primeiros sinais de dormência – um sintoma de congelamento -, a melhor opção é procurar um local aquecido para evitar danos mais graves.
Medidas de proteção para moradores de rua
A situação é especialmente crítica para a população de rua em Yakutsk. Devido ao risco constante de congelamento, o governo local tomou medidas para construir mais abrigos que forneçam calor e proteção. Além disso, os hospitais da região dispõem de enfermarias especializadas e médicos preparados para tratar casos de hipotermia e congelamento.
Viajar em Yakutsk é uma aventura perigosa. Muitas comunidades são espalhadas e os trajetos podem durar mais de 48 horas. Durante esses percursos, as baterias dos carros podem congelar, deixando os viajantes presos e expostos ao frio fatal. Kiun lamenta que, infelizmente, centenas de pessoas morrem congeladas todos os anos na região.
Problemas respiratórios no frio extremo de Yakutsk
Além das dificuldades óbvias causadas pelo frio, os moradores de Yakutsk também enfrentam problemas respiratórios. Kiun explica que o ar gelado pode estressar a respiração, forçando as pessoas a cobrir completamente o rosto para proteger a pele e os pulmões. “Nos dias muito frios, isso é uma necessidade”, afirma.
A falta de luz solar durante os longos meses de inverno causa deficiência de vitamina D em muitos moradores de Yakutsk. Kiun, que lida com anemia desde a infância, conta que precisa tomar pílulas de vitamina D e ferro para ajudar seu corpo. Recentemente, ela fez um check-up com sua irmã, e os médicos confirmaram que os suplementos aumentaram seus níveis de vitamina D acima da média. Já sua irmã, com níveis ainda baixos, precisará de mais suplementos.
Transtorno afetivo sazonal: a depressão do inverno
A falta de luz solar também contribui para o Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), uma forma de depressão comum em regiões com invernos longos e rigorosos. Kiun descreve como a escuridão e o frio constantes afetam seu humor.
“É difícil até mesmo sair de casa quando você precisa se agasalhar em centenas de camadas”, diz. Para lidar com isso, ela utiliza a plataforma de saúde mental BetterHelp há mais de um ano, onde faz sessões de terapia online que a ajudam a entender e gerenciar seus sentimentos.
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Água gelada e o mito do envelhecimento retardado
Nos últimos tempos, a crioterapia e a terapia com água fria têm sido promovidas como métodos para retardar o envelhecimento. No entanto, Kiun desmistifica essa ideia ao relatar que, na verdade, os habitantes de Yakutsk tendem a envelhecer mais rapidamente.
Estudos indicam que a adaptação ao clima rigoroso acelera o envelhecimento biológico em três a quatro anos em comparação com outras populações. “Nosso corpo trabalha mais para gerar a energia necessária para o calor, o que aumenta a nossa taxa metabólica”, explica.
Apesar das adversidades, Kiun mostra uma resiliência impressionante. Vivendo em uma das cidades mais frias do mundo, ela continua a compartilhar sua vida e suas experiências com o mundo, inspirando muitos com sua força e determinação. A jovem é um exemplo de como a adaptação e a força de vontade podem superar até as condições mais extremas.