Os segredos dos adoçantes: o que ninguém te contou sobre os riscos
Quando os adoçantes artificiais surgiram na década de 1950, prometendo satisfazer nosso desejo por doces sem as calorias e os efeitos negativos do açúcar, parecia uma revolução. Mas será que essas promessas são tão doces quanto parecem? Hoje, esses substitutos de açúcar estão em todo lugar, desde refrigerantes diet até o cafézinho de manhã. Vamos desvendar juntos os segredos por trás desses adoçantes que prometem milagres, mas podem esconder alguns perigos.
Adoçantes artificiais: uma breve história
Nos anos 1950, os fabricantes de alimentos anunciaram ao mundo que os adoçantes artificiais eram a solução para quem queria saborear doces sem culpa. Eles garantiram que esses produtos poderiam substituir o açúcar, cortando calorias e problemas de saúde associados. Mas desde então, os cientistas e autoridades de saúde pública têm debatido os riscos e benefícios desses substitutos. E como descobriram, a verdade é bem mais complexa.
O que são os substitutos do açúcar?
Os substitutos do açúcar são substâncias que adoçam os alimentos sem adicionar calorias. Algumas dessas substâncias são centenas ou até milhares de vezes mais doces que o açúcar, o que significa que uma pequena quantidade é suficiente para adoçar qualquer coisa.
Existem diferentes tipos de substitutos do açúcar, classificados pela forma como são produzidos:
- Adoçantes artificiais: Sintéticos, de 200 a 20.000 vezes mais doces que o açúcar. Exemplos: aspartame, sucralose, sacarina, acessulfame de potássio, neotame e advantame.
- Adoçantes à base de plantas e frutas: Feitos de folhas ou frutos de certas plantas, pelo menos 100 vezes mais doces que o açúcar. Exemplos: estévia, fruta do monge e taumatina.
- Álcoois de açúcar: Carboidratos que adoçam com menos calorias e carboidratos que o açúcar. Exemplos: sorbitol, xilitol, manitol e eritritol.
Esses substitutos estão presentes em uma variedade de produtos “sem açúcar” e “diet”, desde bebidas energéticas até chicletes e sobremesas congeladas.
Benefícios e riscos dos substitutos do açúcar
Será que os substitutos do açúcar realmente ajudam na perda de peso? Alguns especialistas acreditam que sim, mas com ressalvas. Maya Vadiveloo, professora de nutrição na Universidade de Rhode Island, afirma que substituir bebidas açucaradas por versões diet pode ajudar na perda de peso, desde que não se compense comendo mais calorias de outras fontes. Estudos de curto prazo sugerem que essa troca pode levar a uma pequena perda de peso em adultos com sobrepeso ou obesidade.
Karl Nadolsky, endocrinologista da Universidade Estadual de Michigan, também observou essa perda de peso em seus pacientes que mudaram para bebidas dietéticas. Mas a história não para por aí. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou em 2023 que as pessoas evitem os substitutos do açúcar para controle de peso, citando pesquisas que associam esses produtos a riscos maiores de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, obesidade e morte prematura.
Os álcoois de açúcar, como o eritritol e xilitol, foram ligados a um risco aumentado de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. E mais, algumas pesquisas sugerem que os substitutos do açúcar podem alterar o microbioma intestinal e prejudicar o controle do açúcar no sangue.
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A controvérsia dos estudos sobre adoçantes
Estudos sobre dieta e saúde são complicados e muitas vezes inconclusivos. Valisa E. Hedrick, professora de nutrição na Virginia Tech, explica que a maioria das pesquisas é observacional, o que significa que elas podem associar o consumo de substitutos do açúcar a certos efeitos na saúde, mas não provar uma relação de causa e efeito. Isso levanta a dúvida: quem consome refrigerante diet é menos saudável por causa do adoçante ou por outros fatores em seu estilo de vida?
Eran Elinav, imunologista e pesquisador de microbioma do Instituto Weizmann de Ciência em Israel, aponta que há pesquisas suficientes levantando preocupações sobre os substitutos do açúcar, mas ainda não se sabe se eles são realmente prejudiciais. O que se sabe com certeza é que o excesso de açúcar é ruim para a saúde, aumentando os riscos de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e obesidade.
Como minimizar os riscos
Diante de tantas incertezas, o Dr. Dariush Mozaffarian, cardiologista e diretor do Food is Medicine Institute da Tufts University, recomenda que, se for consumir refrigerantes diariamente, opte pelos dietéticos em vez dos normais, mas que o ideal é minimizar o consumo de ambos.
Maya Vadiveloo sugere maneiras práticas de reduzir a ingestão de açúcar e substitutos do açúcar na dieta: trocar refrigerantes por água com gás adoçada com um pouco de suco de frutas e substituir iogurtes adoçados por iogurtes naturais com frutas e um pouco de mel.