Quando surgiu o Dia Internacional da Mulher?
Muito da tecnologia para o rh veio através do esforço de mulheres. Embora não tenhamos o costume de olhar para as origens das coisas que utilizamos ou das datas que comemoramos, é preciso ter atenção: há muitas mãos femininas responsáveis pelo sucesso e desenvolvimento da nossa civilização.
Especificamente sobre o impacto das mulheres na tecnologia: você já ouviu falar de Hedy Lamarr? A austríaca, em parceria com George Antheil, desenvolveu o sistema base para os telefones celulares que utilizamos e também para coisas que, hoje, são fundamentais: o sinal de Wi-Fi, o Bluetooth e a tecnologia GPS.
Temos, além dela, a norte-americana Grace Hopper, que atuou como almirante da Marinha dos Estados Unidos, criou a linguagem de programação que foi base para um dos programas voltados para negócios de maior importância – o COBOL – e o primeiro software de computador da história.
É sempre interessante pensar que essas mulheres, embora pioneiras e extremamente inteligentes, viveram em sociedades que não acreditavam na capacidade feminina de criar e revolucionar.
Felizmente, o tempo passa e percebemos todos os equívocos que já reproduzimos.
Ainda há um longo caminho pela frente na busca pela equidade de gênero, uma vez que ainda há muita discrepância entre os valores dados a homens e mulheres no mercado de trabalho, além de grandes diferenças de educação, direitos sociais e afins.
No mês das mulheres, é fundamental olhar para o passado e pensar que existem coisas que não devemos repetir. Contar a história, porém, ajuda a caminhar com mais firmeza e certeza do caminho.
A seguir, falaremos um pouco mais sobre a criação do Dia Internacional da Mulher. Se você gostaria de entender melhor a sua origem, prossiga com a leitura deste artigo.
Dia Internacional da Mulher: entenda a origem
A história mais famosa acerca da data é que ela teria sido escolhida para homenagear as mulheres mortas no incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York, em meados de 1911.
O incidente, que de fato aconteceu – a data certa é, inclusive, dia 25 de março – certamente impactou nas lutas feministas, mas não foi a inspiração para o Dia Internacional da Mulher.
Vamos lá: organizações femininas já existiam desde o final do século interior, uma vez que o trabalho operário já existia e era bastante intenso.
As jornadas de trabalho, sem a devida fiscalização e as normas, eram de doze a quinze horas por dia, com salários que mal serviam para alimentar as famílias dos trabalhadores.
Em busca de melhores condições de vida e trabalho, além de pagamentos que permitissem alguma dignidade e a extinção do trabalho infantil, que ocorria em muitas fábricas após a Revoluação Industrial, começaram a surgir greves múltiplas.
Em 1908, nos Estados Unidos, houve uma manifestação em prol da igualdade. Conduzida por mais de 1500 mulheres, a marcha causou grande impacto no país – e marcou um dos primeiros protestos de grande porte organizado por operárias.
O que veio depois?
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, houve um extenso debate sobre a necessidade da criação de uma data para a celebração dos direitos políticos e econômicos da mulher.
Em 8 de março de 1917, 90 mil operárias russas voltaram-se contra o poder instituído, reivindicando melhores condições de trabalho e protestando contra a miséria e a participação russa na guerra.
A data, certa de quatro anos depois, foi oficializada como o Dia Internacional da Mulher.
Apesar disso, as conquistas vieram de forma lenta. A Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que visava fortalecer e afirmar a igualdade entre homens e mulheres apenas em 1945, mais de 20 anos depois da organização operária ocorrida na Rússia. Em 1975, 30 anos depois, foi criado o Dia Internacional da Mulher.
O ano em questão, aliás, foi chamado pela ONU de Ano Internacional da Mulher e tinha como meta reforçar a importância das manifestações femininas durante tantas décadas, sempre em busca da igualdade de gênero – que, convém dizer, tem desdobramentos políticos, sociais e econômicos muito significativos.
Embora as mudanças sejam inegáveis dentro de um contexto ocidental, uma vez que hoje temos mulheres em cargos de chefia de companhias de grande porte, ainda há muito a ser conquistado.
Muitas empresas ainda são majoritariamente compostas por homens, o que faz com que as mulheres tenham que ocupar cargos nem sempre especializados ou menos remunerados.
Felizmente, há intensa movimentação para que a igualdade, idealizada por mulheres do passado, finalmente faça parte do nosso cotidiano.