Entenda o impacto do Ozempic no envelhecimento da pele

Nos Estados Unidos, o uso de Ozempic e outros medicamentos GLP-1 para perda de peso se tornou uma tendência crescente, com milhões de pessoas aderindo a esses tratamentos. No entanto, o que inicialmente parecia ser uma solução milagrosa para a perda de peso rápida, agora está revelando efeitos colaterais inesperados na pele, especialmente no que diz respeito ao envelhecimento facial.

Confira os impactos do Ozempic.
Foto: Reprodução

O fenômeno “Rosto Ozempic”

Cirurgiões plásticos em todo o país estão relatando mudanças preocupantes na qualidade da pele de pacientes que usam Ozempic. O termo “Rosto Ozempic” tem sido usado para descrever a aparência encovada e flácida que pode resultar da rápida perda de peso associada ao medicamento. Dr. Julius Few, um renomado cirurgião plástico, comparou a pele desses pacientes a um “elástico velho e muito usado”, observando uma perda significativa na elasticidade e firmeza.

Outro ponto de preocupação entre os cirurgiões plásticos é a mudança na camada SMAS (sistema músculo-aponeurótico superficial), uma estrutura essencial para o sucesso de procedimentos de lifting facial. Dr. Jason Diamond, especializado em cirurgias faciais, observou que essa camada está mais fina e fraca em pacientes que usaram GLP-1, o que pode comprometer os resultados de cirurgias estéticas.

Efeitos além do rosto

Os efeitos do Ozempic não se limitam ao rosto. Cirurgiões como a Dra. Umbareen Mahmood notaram flacidez acentuada em outras partes do corpo, como braços, abdômen e coxas. Essa perda de elasticidade não foi observada em pacientes que perderam peso por outros métodos, como dieta ou cirurgia bariátrica, sugerindo que o GLP-1 pode estar afetando a pele de maneira única.

Estudos preliminares sugerem que os GLP-1 podem estar “desligando” as células-tronco responsáveis pela produção de colágeno e elastina, componentes cruciais para a saúde da pele. Isso pode explicar por que a pele dos usuários de Ozempic se torna mais flácida e com aparência envelhecida. Além disso, a perda de gordura facial, especialmente em mulheres pós-menopáusicas, está contribuindo para essa aparência envelhecida.

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O futuro e as incertezas

Embora esses achados sejam preocupantes, ainda há muito a ser descoberto sobre os efeitos de longo prazo do Ozempic e outros GLP-1 na pele. Os cirurgiões plásticos continuam a observar e estudar esses efeitos, enquanto os fabricantes do medicamento mantêm a posição de que a segurança dos pacientes é uma prioridade, mas não oferecem respostas concretas sobre as implicações dermatológicas desses medicamentos.

O uso de Ozempic e outros GLP-1s trouxe à tona uma nova categoria de pacientes para os cirurgiões plásticos, que agora precisam ajustar suas abordagens para lidar com as mudanças inesperadas na qualidade da pele desses indivíduos. Se você está considerando o uso desses medicamentos, é essencial estar ciente dos possíveis efeitos colaterais na pele e discutir todas as opções com um profissional de saúde qualificado.

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