Os mitos da maternidade: veja quais são os mais comuns
Os mitos da maternidade são crenças, ideias ou expectativas frequentemente irrealistas ou desatualizadas associadas à experiência de ser mãe.
Os mitos da maternidade podem variar culturalmente e ao longo do tempo, mas muitas vezes exercem pressão sobre as mães, contribuindo para sentimentos de inadequação, culpa e estresse. É importante reconhecer que a maternidade é uma experiência altamente individual e que não há uma única maneira “certa” de ser mãe. A pressão para se conformar a esses mitos pode causar estresse e ansiedade desnecessários.
Crença sobre a cesariana
É comum a crença de que, após uma cesariana, todos os partos subsequentes também devem ser por cesariana. No entanto, a medicina baseada em evidências ressalta que um parto normal após cesariana não é apenas possível, mas muitas vezes incentivado. Isso depende das circunstâncias individuais e da qualidade da atenção obstétrica.
O Ministério da Saúde recomenda cesarianas em casos específicos, como prevenção da transmissão do HIV da mãe para o filho, infecção pelo vírus herpes simples no terceiro trimestre da gestação, e mulheres com três ou mais cesarianas prévias. A decisão do tipo de parto deve considerar a situação da gestante.
Mito do puerpério
Outro mito da maternidade é que no puerpério, logo após o parto, a mulher não pode engravidar. Especialistas alertam que isso não é verdade e, que a ovulação pode ocorrer mesmo durante esse período. A duração do puerpério pode variar, mas a concepção é possível. Algumas mulheres engravidam durante essa fase, mesmo amamentando.
É importante ressaltar que muitos desses mitos do puerpério não têm base científica e podem ser prejudiciais para a saúde e bem-estar das mães. Cada mulher e cada pós-parto são únicos, e o que é apropriado pode variar conforme as necessidades individuais e as orientações médicas.
Cordão umbilical enrolado
Sobre o cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê, é importante esclarecer que o feto não respira como um bebê após o nascimento. A respiração fetal ocorre através da placenta, e o cordão umbilical é uma via para a transferência de oxigênio.
Em resumo, é através da placenta que ocorre a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue da mãe e o sangue do feto. A mãe fornece oxigênio através da corrente sanguínea para o feto, e o dióxido de carbono produzido pelo feto é transportado de volta para a mãe para ser eliminado.
Leite materno
Quanto ao leite materno, a ideia de “leite fraco” é um equívoco. O leite materno passa por transformações para atender às necessidades da criança, sendo composto por três fases: colostro, leite de transição e leite maduro. Cada fase é importante e supre as necessidades do bebê.
A quantidade de leite produzida pela mãe é influenciada pela demanda do bebê e pela eficiência da sucção. A nutrição materna, a saúde geral e o nível de estresse emocional também afetam a produção de leite. A amamentação deve ocorrer em livre demanda, sem horários fixos.
Desmistificando mitos
Desmistificar mitos relacionados à maternidade é crucial. A consulta ginecológica pré-gestação é recomendada para avaliar a saúde da mulher. A ideia de que todas as gestações após uma cesariana devem ser por cesariana não é respaldada pela medicina baseada em evidências.
A concepção durante o puerpério é possível, e a ideia de “leite fraco” é incorreta. O sucesso na amamentação depende de diversos fatores, e a amamentação em livre demanda é recomendada. Essas orientações médicas visam promover uma abordagem informada e saudável para a maternidade, baseada em evidências científicas e nas necessidades individuais de cada mulher e bebê.
Em suma, é fundamental que as mulheres tenham acesso a informações precisas e atualizadas para tomar decisões bem fundamentadas em relação à sua saúde reprodutiva e ao cuidado de seus filhos.