Descubra quem deve passar por uma avaliação oncogenética
A chamada Oncogenética é uma especialidade que une os conhecimentos das áreas da Oncologia e Genética, ajudando a identificar síndromes hereditárias que podem favorecer o desenvolvimento de tumores malignos.
Estima-se que entre 5% a 10% dos cânceres estejam associados à herança familiar, e a identificação de mutações significativas é essencial para a prevenção e o diagnóstico precoces.
Atualmente, a Oncogenética já conhece pelo menos 30 síndromes hereditárias que estão ligadas ao desenvolvimento de tumores nas mamas, ovários, próstata, cólon, intestino e pele.
Isso significa que a especialidade é capaz de acompanhar alterações malignas em genes que aumentam as chances de uma pessoa ter câncer.
O que é um câncer hereditário?
É importante ter em mente que, uma vez que são formados a partir de mutações que levam ao crescimento descontrolado de células, todos os cânceres são, por definição, doenças genéticas. Isso pode estar associado a diversos fatores e não significa, necessariamente, que a mutação é hereditária.
São considerados cânceres hereditários aqueles que tem origem em mutações genéticas que o paciente traz em seu DNA.
A Oncogenética estuda justamente a predisposição e cada indivíduo para o desenvolvimento da doença, de acordo com suas características genéticas.
Quem deve se consultar com um especialista?
De maneira simplificada, o aspecto clínico mais comum que acende o alerta para um câncer hereditário é a ocorrência de tumores malignos ou benignos em várias gerações de uma mesma família.
Para o médico especializado em Oncogenética, outras pistas que apontam para uma suspeita de neoplasia herdada são:
- Diagnóstico de 2 ou mais tumores primários no mesmo paciente;
- Identificação de câncer em ambos órgãos pares (como nas duas mamas, por exemplo);
- Pacientes com câncer de mama antes dos 45 anos de idade, independentemente do histórico familiar;
- Tumores de mama masculinos;
- Histórico familiar rico em diferentes neoplasias.
Como a Oncogenética pode ajudar?
Indivíduos que se enquadram nas situações apontadas acima devem procurar um especialista em Oncogenética para obter esclarecimento e suporte no diagnóstico de doenças herdadas.
O aconselhamento genético é uma metodologia que avalia o histórico familiar do paciente e, caso identifique um forte indício de câncer hereditário, solicita exames aprofundados.
Um dos principais exames que ajudam na avaliação do oncogeneticista é o sequenciamento de regiões específicas do DNA que estão relacionadas à predisposição hereditária ao câncer.
Caso seja detectada uma mutação em um dos genes estudados, é iniciada uma orientação oncológica para o paciente e seus familiares.
Com base no aconselhamento genético, portanto, é possível iniciar um acompanhamento preventivo individualizado que permite o diagnóstico precoce de tumores malignos.
Também podem ser adotados processos preventivos para minimizar as chances de que este paciente desenvolva um câncer no futuro.
Vale lembrar que um resultado negativo no teste genético não aponta que o paciente está totalmente livre de desenvolver tumores malignos ao longo de sua vida.
Embora a hereditariedade seja um importante fator de risco para a doença, o desenvolvimento de tumores também está associado a fatores não genéticos — como tabagismo.
A Oncogenética, portanto, é uma excelente aliada na prevenção do câncer, mas deve estar sempre acompanhada por hábitos de vida adequados e realização de autoexames específicos.